Essa vontade de escrever me bate de repente.
Chega como quem não quer nada.
Acerta-me como uma brusca pancada. Chega como quem não quer nada.
Até consigo ver estrelas nos embalos dessa confusão.
A batida foi forte, mexeu com tudo aqui dentro.
Sabe aqueles pensamentos soltos? Prenda-os se for capaz!
Tudo se mistura nesse choque emocional
que descarrega uma eletrizante energia no papel - ou na tela do computador.
Não adianta tentar esquecer, uma hora a lembrança vai chegar.
Escondida, dorme quieta só esperando a hora certa - ou errada - de despertar.
Foi vivido, não tem jeito. O que se pode fazer?
Ora, basta decidir se esse pensamento vai ficar.
Ah, mas que tolice, falo como se fosse possível controlar.
Melhor mesmo continuar a escrever do que permanecer nessa monotonia
de ficar pensando em você.